Conto tradicional e psicologia analítica: saúde, acolhimento e reflexão
DOI:
https://doi.org/10.70435/junguiana.v42.103Palavras-chave:
saúde, acolhimento, Carl Gustav Jung, contos tradicionais, psicologia analíticaResumo
A partir das noções de acolhimento, Self grupal e quatro passos de reflexão, apresentamos as etapas de um trabalho com os contos tradicionais desenvolvido com um grupo de usuários de um CAPS II em uma perspectiva desmedicalizante. O grupo é composto por 27 pessoas com diagnóstico de psicose, 5 estudantes de medicina, 3 de psicologia e 1 médico. Dessa maneira, o grupo é considerada como uma totalidade e em seu caráter ritual, apresentando a seguinte sistematização: ritual de acolhida, recitação de um conto tradicional, reflexões sobre o conto tradicional, vivência artística e partilha dos sentimentos e lanche. As etapas da nossa abordagem representam uma sucessão de atividades que ocorrem regularmente e são distribuídas no tempo, criando um ritmo que favorece a autonomia. Dentre as dezenas de contos recitados, dois são apresentados neste artigo: “O velho e a menina” e “A fada da represa do moinho”, que abordam, respectivamente, os temas da criança divina e dos motivos de maldição e de redenção.
Referências
Bachelard, G. (1988). A poética do devaneio. Martins Fontes.
Bachelard, G. (1989). A chama de uma vela. Bertrand Brasil.
Bair, D. (2006). Jung: Uma biografia. (Vol 2). Globo.
Brasil. (2006). Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Ministério da Saúde.
Eliade, M. (1987). The sacred & the profane. A Harvest Book.
Eliade, M. (1992). Mito do eterno retorno. Mercuryo. Eliade, M. (1996). O sagrado e o profano. Martins Fontes. Fierz, H. K. (1997). Psiquiatria junguiana. Paulus.
Foster, N. (Org.). (2013). The mood of the fifth: A musical approach to early childhood. Waldorf Early Childhood Association of North America.
Freitas, L. V. (2005). Grupos vivenciais sob uma perspectiva junguiana. Psicologia USP, 16(3), 45–69. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-65642005000200004
Freitas, L. V. (2007). Algumas considerações sobre a psico- logia analítica no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Boletim de Psicologia, 52(126), 53–70.
Furth, G. 2004. O mundo secreto dos desenhos: Uma abor- dagem junguiana da cura pela arte. Paulus.
Grimm, J., Grimm, W. (2008). Contos de fadas. (Vol. 16). Vila Rica, Reunidas.
Hillman, J. (1981). O livro do puer: Ensaio sobre o arquétipo do puer aeternus. Paulus.
Husemann, F., Wolff, O. (1987). A imagem do homem como base da arte médica. Associação Beneficiente Tobias.
Jung, C. G. (1980). Archetypes and the collective uncon- scious. Princeton University.
Jung, C. G. (2003). Cartas. (Vol. 3). Vozes.
Jung, C. G. (2011a). A fenomenologia do espírito no conto de fadas. In Os arquétipos e o inconsciente coletivo. (pp. 207–255). Vozes.
Jung, C. G. (2011b). Símbolos da transformação. Vozes. Jung, C. G. (2011c). Psicologia do inconsciente. Vozes. Jung, C. G. (2011d). A psicologia do arquétipo da criança. In Os arquétipos e o inconsciente coletivo. (pp. 152–183). Vozes.
Jung, C. G. (2011e). O eu e o inconsciente. Vozes.
Jung, C. G. (2011f). Sobre o renascimento. In Os arquétipos e o inconsciente coletivo. (pp. 116-151). Vozes.
Jung, C. G, Kerényi, K. (2011). A criança divina: Uma intro- dução à essência da mitologia. Vozes.
Lameirão, L. H. T. (2018). Seixos rolados. Antroposófica.
Long-Breipohl, R. (2013). Musical forces and the mood of the fifth. In N. Foster (Org.), The mood of the fifth: A musical approach to early childhood. (pp. 17–26). Waldorf Early Childhood Association of North America.
Mello, A. (1989). The heart of the enlightened. Doubleday.
Merhy, E. E. (2007). Saúde: A cartografia do trabalho vivo. Hucitec.
Neumann, E. (2017). A criança. Cultrix.
Sei, M. B., Nascimento, A. K. C., Souza, H. M. (2021). Análise de teses e dissertações sobre grupo e psicologia analítica e arquetípica. Revista da SPAGESP, 22(1), 98–113.
Silveira, N. (2022). Imagens do Inconsciente. Vozes.
Steiner, R. (2012). Os contos de fadas: Sua poesia e sua interpretação. Antroposófica.
Vieira, P. M. O. (2004). Saúde da família e medicina antroposófica: relato de experiência. Arte Médica Ampliada, 24(3–4), 20–29.
Vieira, P. M. O. (2018). Medicina antroposófica: Uma alternativa desmedicalizante para o sofrimento humano. Universidade Federal de São João del-Rei.
Von Franz, M.-L. (1990). O significado psicológico dos motivos de redenção nos contos de fada. Cultrix.
Von Franz, M.-L. (1992). Puer aeternus: A luta do adulto contra o paraíso da infância. Paulus.
Von Franz, M.-L. (2021). Psicoterapia. Paulus.
Von Franz, M.-L. (2022). A interpretação dos contos de fada. Paulus.
Wisnik, J. M. (1989). O som e o sentido. Companhia das Letras.
Zimmer, H. (1988). A conquista psicológica do mal. Palas Athena.
