Branquitude e Contratransferência: Implicações de um Complexo Cultural no Ambiente Psicanalítico
DOI:
https://doi.org/10.70435/junguiana.v43.89Palavras-chave:
branquitude, racismo estrutural, transferência, contratransferência, psicologia analíticaResumo
Este trabalho trata de estereótipos raciais inconscientes. Como analista junguiano, interessa ao autor deste trabalho examinar as possíveis interferências do racismo estrutural na prática clínica. Para isso, utilizam-se entrevistas com analistas brancos e negros acerca, respectivamente, de pacientes negros e brancos. Investiga-se os possíveis desdobramentos, nas relações de transferência e contratransferência, as implicações no processo de individuação do paciente negro que procura ajuda de um analista branco, a possibilidade de a branquitude (enquanto relação de poder e vantagem em uma sociedade racializada) nos institutos de formação contribuir na desconstrução do status quo. Acredita-se ter demonstrado a presença e a interferência do racismo no ambiente psicoterápico. Propõe-se a conscientização pelo analista desse complexo cultural. Reflete-se sobre branquitude em psicologia analítica e possíveis contribuições dos institutos de formação, visando imaginar novas relações de afeto entre os membros.
Referências
ADAMS, M. V. (1996) The cultural unconscious and collective differences. In: The multicultural imagination: Race, color, and the unconscious. Routledge.
ALMEIDA, S. (2018) Racismo estrutural. Pólen.
BENTO, C. (2002) Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, M. A. I. (Org.). Psicologia social do racismo: Estudos
sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Vozes.
BENTO, C. (2022). O pacto da branquitude. Companhia das Letras.
BREWSTER, F. (2017). African Americans and Jungian psychology: Leaving the shadows. Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315665351
HILLMAN, J. (1984). O mito da análise. Paz e Terra.
JUNG, C. G. (2012). Ab-reação, análise dos sonhos e transferência. Vozes.
MARTIN-BARÓ, I. (2017). A desideologização como contribuição da Psicologia Social para o desenvolvimento da democracia
na América Latina. In: MARTIN-BARÓ, I. Crítica e libertação na psicologia. Vozes.
SCHUCMAN, L. V. (2020). Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: Branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. Veneta.
SCHUCMAN, L. V. (2023). Alianças possíveis e impossíveis entre brancos e negros para equidade racial. In: SCHUCMAN, L. V. (Org.). Branquitude: Diálogos sobre racismo e antirracismo. Ibirapitanga.
SCHWARTZ-SALANT, N. (2021). Fatores arquetípicos subjacentes à atuação sexual no processo de transferência e contratransferência. In: STEIN, M. (Org.). Transferência e contratransferência. Cultrix.
SINGER, T. (2004). The cultural complex and archetypal defenses of the group spirit. In: SINGER, T. (Ed.). The Cultural Complex: DOI: https://doi.org/10.4324/9780203536889
Contemporary Jungian perspectives on psyche and society. Routledge.
SCHWARTZ-SALANT, N. (2021). Fatores arquetípicos subjacentes à atuação sexual no processo de transferência e contratransferência. In: STEIN, M. (Org.). Transferência e contratransferência. Cultrix.
WATKINS, M. (2008). Towards psychologies of liberation. In: SHULMAN, M. W. (Org.). Towards psychologies of liberation. Palgrave Macmillan. DOI: https://doi.org/10.1057/9780230227736
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Pitágoras Baskara Justino

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.