Do analista-caipira ao caipira-analista
DOI:
https://doi.org/10.70435/junguiana.v41i2.37Palavras-chave:
Arquétipo do caipira, ántrophos, função inferior, atitude propícia, cultura caipira, reserva ecológicaResumo
O texto reflete sobre as possibilidades criativas do encontro analista-caipira. Apresenta o arquétipo do caipira como uma expressão do ántrophos, ou do arquétipo do homem natu- ral. Considera a energia do arquétipo do caipira como uma expressão instintiva e natural da individuação. Relaciona o arquétipo do caipira com o arquétipo do tolo e da criança enquanto portadores da função inferior da cultura. Apresenta paralelos entre as atitudes do caipira e do analista diante dos mistérios de uma natureza psíquica e propõe essa parceria como propícia ao trabalho clínico. Amplifica os símbolos presentes numa cultura caipira que guardam significados potentes, a serem recuperados no ritual da análise. Aponta para a experiência caipira do arquétipo da totalidade e conclui que a cultura caipira se mantém como uma reserva ecológica da nossa psique.
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