Writing to heal: racial complex and memorialist narrative
DOI:
https://doi.org/10.70435/junguiana.v41i1.25Keywords:
Racial complex, memory, narrative, literatureAbstract
This paper aims to reflect on a Jungian perspective, the contributions of memorialist narratives to the transformation of the racial complex. We emphasize that individual memory is intertwined with collective memory and we point out the traumatic impacts resulting from the annihilation of the memories of Afro-descendants as a result of colonialism throughout our history. Thus, the novel Alleys of Memory by the writer Conceição Evaristo was analyzed, considering the symbolic-archetypal dimension present in this work as well as aspects of the author's individuation process. Her literary work, based on what she has called escrevivência, is an example of how traumatic memories, carried by the power of complexes, when re-edited through writing, can trigger psychic transformations both in the individual and the collective.
References
ALMEIDA, S. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
BACHELARD, G. Poética do devaneio. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
____. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
BARRETO, M. Psicologia analítica: individuação, sensibilidade simbólica, reconhecimento do outro. Mosaico: Estudos em Psicologia, Belo Horizonte, v. 4, n. 1, p. 62-64, 2010.
BASTIDE, R. Os suicídios em São Paulo, segundo a cor. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1943. (Boletim de Sociologia, no 71).
BENEDITO, M.; FERNANDES, S. Psicologia e racis- mo: as heranças da clínica psicológica. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 40, n. esp. p. 1-16. https://doi.org/10.1590/1982-3703003229997
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. (Obras escolhidas, vol. 1)
BOECHAT, W. Luzes e sombra da alma brasileira: um país em busca de identidade. In: BOECHAT, W. (Org.). Alma brasileira: luzes e sombra. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 71-83.
BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1994.
BREWSTER, F. The racial complex: a Jung perspective on culture and race. London: Routledge, 2020.
DIAS, L.; GAMBINI, R. Outros 500: uma conversa so- bre a alma brasileira. São Paulo: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, 1999.
EVARISTO, C. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. Z Cultural, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p. 1-3, ago. 2005.
_____. Becos da memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2018. GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: HOLLANDA, H. (Org.). Interseccionalidade: pioneiras no feminismo brasileiro. São Paulo: Bazar do Tempo, 2019. p. 251-511.
HALBWACHS, M. Memória coletiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990.
HAMPATÊ BÂ, A. História geral da África. Paris: Unesco, 2010.
HILLMANN, J. Ficções que curam: psicoterapia e imaginação em Freud, Jung e Adler. São Paulo: Verus, 2010.
JUNG, C. G. O espírito na arte e na ciência. Petrópolis: Vozes, 2011. (Obras Completas, vol. 15).
____. A natureza da psique. Petrópolis: Vozes, 2014. (Obras Completas, vol. 8/2].
____. A vida simbólica. Petrópolis: Vozes, 2015. (Obras Completas, vol. 18/1).
____. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Vozes, 2016. (Obras Completas, vol. 9/1).
KALSCHED, D. O mundo interior do trauma: defesas arquetípicas do espírito pessoal. São Paulo: Paulus, 2013.
KILOMBA, G. Memórias de plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LOPES, N. Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo: Selo Negro, 2011.
MEIRELES, M. Vinda da favela, Conceição Evaristo se consolida como escritora e vai à Flip. Folha de S. Paulo, 4 maio 2017. Disponível em: <http://www1.folha.uol. com.br/ilustrada/2017/05/1880711-vinda-da-favela-con- ceicao-evaristo-se-consolida-como-escritora-e-vai-a-flip. shtml>. Acesso em: 21 jul. 22
ODA, A. Escravidão e nostalgia no Brasil: o banzo. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamen- tal, São Paulo, v. 11, supl. 4, p. 735-61, dez. 2008. https://doi.org/10.1590/S1415-47142008000500003
____. A saudade que mata: pesquisa discute a polêmica questão do banzo como “nostalgia mortal” dos escravos. Revista Fapesp 172, jun. 2010. Disponível em: <https://www.saci.ufscar.br/servico_clipping?id=8071>. Acesso: 20 jan. 2023.
PAIVA, F. Konatêyá e a deusa Nimba. Jornal O Povo, Vida & Arte, 6 abr. 2021. Disponível em <http://www.flaviopaiva. com.br/artigos/konateya-e-a-deusa-nimba/>. Acesso em: 6 nov. 2021.
RAMOS, D. Cultural complex and the elaboration of trauma from slavery. In: INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR ANALYTICAL PSYCHOLOGY CONGRESS, 18,. 2010, Montreal. Proceedings Zurich: International Association for Analytical Psychology, 2010. Disponível em: . Acesso em: 6 nov. 2021.
SACKS, O. O rio da consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
SHAMDASANI, S. Jung e a construção da ciência moderna. São Paulo: Ideias e Letras, 2005.
SINGER, T.; KAPLINSKY, C. Complexos culturais em análise. In: STEIN, M. (Org.). Psicanálise junguiana: trabalhando no espírito de C. G. Jung. Petrópolis: Vozes, 2019. p. 72-101.
SOUZA, N. Tornar-se negro: ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascenção social. Rio de Janeiro: Zahar, 2021
WEIL, S. O enraizamento. In: BOSI, E. (Org.). Simone Weil: a condição operária e outros estudos sobre a opressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.