Fracasso e morte no processo analítico
DOI:
https://doi.org/10.70435/junguiana.v41i2.47Palavras-chave:
fracasso, morte, transferência, contratransferência, borderlineResumo
O presente artigo discorre sobre a constelação de um “complexo do fracasso” em sua interface com o tema arquetípico da morte no processo analítico. Por meio de um recorte de caso clínico, problematiza algumas dificuldades encontradas no manejo transferencial do processo psicoterapêutico de uma paciente diagnosticada como borderline, em especial os sentimentos contratransferenciais de frustração, abandono e raiva relacionados à impotência da analista diante do fim da análise. Tendo por referência textos de James Hillman e Rafael López-Pedraza, buscam-se elementos para discutir o estatuto da díade “fracasso-sucesso” nas bases epistemológicas da psicologia, de modo que reveja os limites dados a tais categorias no campo da psicoterapia e amplie os sentidos possíveis para as vivências de fracasso analítico.
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