Ecos da memória e reimaginação narrativa: a clínica junguiana diante do trauma racial
DOI:
https://doi.org/10.70435/junguiana.v43.288Palavras-chave:
trauma racial, memória, narrativa, complexo cultural, individuaçãoResumo
Este artigo investiga o racismo como expressão do complexo cultural e os impactos do racismo na psique individual e coletiva. A partir da análise, sob a ótica da Psicologia Analítica Junguiana, de um caso clínico, explora-se como narrativas silenciadas emergem do inconsciente, afetando a identidade de pessoas racializadas. A escuta clínica, sensível às imagens e aos afetos mobilizados no encontro analítico, revela conteúdos inconscientes passíveis de integração à consciência. A clínica analítica constitui um espaço para a elaboração simbólica da dor arquetípica, por meio do reconhecimento de memórias fantasmas, favorecendo a construção de novas experiências subjetivas. O campo de continência possibilita o trânsito entre regressão e progressão da energia psíquica, favorecendo o processo de individuação. O estudo destaca a relevância de práticas clínicas que reconheçam a complexidade do trauma racial, contribuindo para a ressignificação do sofrimento psíquico em experiências racializadas
Referências
Bento, C. (2022). O pacto da branquitude. Companhia das Letras.
Benjamin, W. (1987). Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. (3. ed., Vol. 1). Editora Brasiliense.
Brewster, F. (2020). The racial complex: A Jungian perspective on culture and race. Routledge. [e-book]. DOI: https://doi.org/10.4324/9780429057601
Brewster, F. (2020). Grief archetypal: Racial grief and the racial complex. Routledge. [e-book]. DOI: https://doi.org/10.4324/9780429057601-3
Chaveiro, M. (2023). Psicologia africana e clínica afrocentrada: Estratégias e ferramentas metodológicas. Revista da ABPN, 16 (Edição Especial).
Chimamanda, N. A. (2009). O perigo de uma história única [Vídeo]. TEDx Talks. https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_the_danger_of_a_single_story?language=pt-br
Evaristo, C. (2017). Poemas da recordação e outros movimentos. Malê. [e-book].
Gonzalez, L. (2019). Racismo e sexismo na cultura brasileira. In Hollanda, H. (Org.). Interseccionalidade: Pioneiras no feminismo brasileiro. Bazar do Tempo.
Hillman, J. (2010). Ficções que curam: Psicoterapia e imaginação em Freud, Jung e Adler. Verus.
Hillman, J. (2019). Uma investigação sobre a imagem. Vozes.
Hollis, J. (2017). Assombrações: Dissipando os fantasmas que dirigem nossas vidas. Paulus.
hooks, b. (2019). Erguer a voz: Pensar como feminista, pensar como negra. Elefante.
Jung, C. G. (2015a). Tipos psicológicos (Obras Completas, Vol. 6). Vozes.
Jung, C. G. (2015b). Aion: Estudo sobre o simbolismo do si-mesmo (Obras Completas, Vol. 9/2). Vozes.
Jung, C. G. (2015c). A vida simbólica (Obras Completas, Vol. 18/2). Vozes.
Kimbler, S. (2014). Phantom narratives: The unseen contributions of culture to psyche. Routledge. [eBook]. DOI: https://doi.org/10.5771/9781442231900
Kimbler, S. (2021). Intergenerational complexes in analytical psychology. Routledge. [e-book]. DOI: https://doi.org/10.4324/9781003053378
Kilomba, G. (2019). Memórias de plantação: Episódios de racismo cotidiano. Cobogó. [e-book].
Nascimento, B. (2022). O negro visto por ele mesmo. Ubu Editora.
Sampaio, A., Silva, L., & Rauter, C. (2023). O corpo negro no setting-corpo terapêutico. Revista da ABPN, 16 (Edição Especial).
Schwarcz, L. M. (1993). O espetáculo das raças: Cientistas, instituições e questão racial no Brasil: 1870-1930. Companhia das Letras.
Singer, T., & Kaplinsky, C. (2019). Complexos culturais em análise. In Stein, M. (Org.). Psicanálise junguiana: Trabalhando no espírito de C. G. Jung (pp. [páginas]). Vozes.
Souza, N. (2021). Tornar-se negro: As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Bravo. [e-book].
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Simone Rodrigues Neves

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.