Ampliação simbólica da obra The Hollow Men: Um ensaio sobre o vazio

Autores

  • Anna Beatriz Sanchez Barbosa Universidade Federal de São Paulo
  • Fábio Augusto do Prado Marmirolli Universidade Federal de São Paulo
  • Fernanda Gonçalves Moreira Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Arquétipo materno, arquétipo paterno, alteridade, literatura, complexo cultural

Resumo

Este artigo trata da ampliação simbólica do poema The Hollow Men (Os homens ocos) de T. S. Eliot. O texto, criado dentro do contexto do movimento modernista, é um dos mais citados da literatura do século XX e reflete a importância de Eliot na formação do “espírito da época”. Utilizando-se como base teórica a Psicologia Analítica e a Psicologia Simbólica, buscou-se ampliar as imagens emergentes do poema e analisá-las sob a óptica junguiana. Dentre os símbolos emergentes do texto, destaca-se o esvaziamento psíquico do homem do século XX. Atribui-se, com base no percurso do poema, que esse vazio é resultado da drenagem energética promovida pela dinâmica polarizada dos arquétipos matriarcal e patriarcal ao longo da história. Conclui-se com a hipótese de que o processo de esvaziamento só poderá ser revertido com o diálogo e a reaproximação dos arquétipos humanizados, através da alteridade.

Biografia do Autor

Anna Beatriz Sanchez Barbosa, Universidade Federal de São Paulo

Estudante de medicina da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina.

Fábio Augusto do Prado Marmirolli, Universidade Federal de São Paulo

Estudante de medicina da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina.

Fernanda Gonçalves Moreira, Universidade Federal de São Paulo

Psiquiatra e psicoterapeuta junguiana. Professora-adjunta do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Membro da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica.

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Publicado

03-07-2019

Como Citar

Barbosa, A. B. S., Marmirolli, F. A. do P., & Moreira, F. G. (2019). Ampliação simbólica da obra The Hollow Men: Um ensaio sobre o vazio. Junguiana, 37(2), 23–36. Recuperado de https://junguiana.sbpa.org.br/revista/article/view/182

Edição

Seção

Artigos