Raspas e restos nos interessam: sobre o amor em tempos de sobrevivência

Autores

  • Luciana Ximenez PUC-SP

Palavras-chave:

amor, pandemia, pertencimento, narcisismo, alteridade

Resumo

Este ensaio propõe-se a refletir sobre a experiência do amor, partindo de vivências em tempos sombrios e desesperançosos como o que assolou o Brasil no período de pandemia da Covid-19, ocorrido a partir de dezembro de 2019. Para tanto, utiliza-se de autores da psicologia arquetípica, bem como de filósofos e sociólogos. Traz exemplos da clínica e da literatura e direciona-se para uma análise na qual o amor é ação e pressupõe fragilidade, pertencimento, flexibilidade e alteridade. Nesse sentido, a entrega aos relacionamentos amorosos, seja na amizade, na maternidade, no casamento ou em outras manifestações amorosas, poderia viabilizar o reconhecimento do lugar ocupado pelo eu e pelo outro, o que possibilitaria uma vida mais harmônica do indivíduo consigo mesmo, com o outro e com a anima mundi.

Biografia do Autor

Luciana Ximenez, PUC-SP

Psicóloga clínica, mestre em estudos junguianos pela PUC-SP, analista em formação pelo Ijusp, AJB e IAAP. Membro do LAPA, laboratório de psicologia arquetípica, membro fundador do Coletivo Aisthesis e coordenadora do Thiasos, oficina de imaginação compartilhada.

Referências

AGAMBEM, G. Profanações. São Paulo, SP: Boitempo, 2017.

BADIOU, A.; TRUONG, N. Elogio ao amor. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2013.

BÍBLIA SAGRADA. Genesis. 95. ed. São Paulo, SP: Ave Maria,1957.

BOSCO, F. A vítima tem sempre razão? Lutas identitárias e o novo espaço público brasileiro. São Paulo, SP: Todavia, 2017.

____ . Notas sobre o narcisismo. O Globo, 11 fev. 2015. Available from: <https://oglobo.globo.com/cultura/notas-sobre-narcisismo-15301917>. Accessed on: May 17, 2022.

HAN, B. C. Agonia do Eros. Petrópolis RJ: Vozes, 2017.

HILLMAN, J. O mito da análise: três ensaios de psicologia arquetípica. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1984.

____ . O código do ser: uma busca do caráter e da vocação pessoal. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

____ . Philosophical intimations. Washington, DC: Spring, 2016.

HILLMAN, J.; VENTURA, M. Cem anos de psicoterapia... E o mundo está cada vez pior. São Paulo, SP: Summus, 1995.

HOOKS, B. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo, SP: Elefante, 2020.

ILLOUZ, E. O amor nos tempos do capitalismo. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 2011.

JUNG, C. G. Mysterium coniunctionis. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. (Obras completas de Carl Gustav Jung vol. 14).

LIPOVETSKY, G. Futuro da autonomia e sociedade do in- divíduo. In: NEUTZLING, I.; YUNES, M. C.; BINGEMER, E. O futuro da autonomia: uma sociedade de indivíduos? Rio de Janeiro, RJ: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2009.

MARQUES, G. G. O amor nos tempos do cólera. Rio de Janeiro, RJ: Record, 1985.

PEREIRA, B. A comunidade das sobreviventes contra a sobrevivência dos heróis. In: PELBART, P. P.; FERNANDES,

R. M. (Org.). Pandemia crítica. São Paulo: Serviço Social do Comércio, 2021.

PRECIADO, P. B. Um apartamento em Urano: crônicas da travessia. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 2020.

STROMQUIST, L. A rosa mais vermelha desabrocha: o amor nos tempos do capitalismo tardio ou porque as pessoas se apaixonam tão raramente hoje em dia. São Paulo, SP: Quadrinhos na Companhia, 2021.

Publicado

24-01-2022

Como Citar

Ximenez, L. (2022). Raspas e restos nos interessam: sobre o amor em tempos de sobrevivência. Junguiana, 40(1), 153–164. Recuperado de https://junguiana.sbpa.org.br/revista/article/view/145

Edição

Seção

Artigos