O racismo como complexo cultural brasileiro: uma revisão a partir do feminismo decolonial

Autores

  • Barbara Tancetti
  • Jéssica Harumi Esteves

Palavras-chave:

racismo, complexo cultural, feminismo decolonial, transdisciplinaridade, psicologia clínica

Resumo

Buscamos, no presente trabalho, abrir um espaço de interlocução de diferentes campos de saberes - a psicologia analítica, o feminismo decolonial e o feminismo negro - a fim de promover uma reflexão sobre o racismo na sociedade brasileira na atualidade e a importância da área clínica dentro deste contexto. O objetivo é - a partir de questionamentos que atravessaram as nossas práticas - instigar um diálogo para aprofundar de maneira plural o tema e introduzir um modo de pensar interseccional, possibilitando novas narrativas que contemplem olhares múltiplos sobre o fenômeno. Para tanto, o estudo junguiano sobre os complexos culturais demonstrou-se campo frutífero de reflexão crítica dentro da atuação clínica e de ampliação teórica a partir do diálogo transdisciplinar entre diferentes esferas de conhecimento.

Biografia do Autor

Barbara Tancetti

Psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), mestre em Psicologia Clínica pelo Núcleo de Estudos Junguianos pela mesma instituição e co coordenadora do grupo de estudos e pesquisas sobre psicologia analítica, gênero e feminismo.

Jéssica Harumi Esteves

Psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), aprimoranda em Psicologia Clínica pelo Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) e especialista em Psicoterapia Junguiana e Abordagem Corporal pelo Instituto Sedes Sapientiae (SEDES).

Referências

ADICHIE, C. N. O perigo de uma história única. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2019.

BOECHAT, W. Complexo cultural e brasilidade. In: OLIVEIRA, H. (Org.). Desvelando a alma brasileira: psicologia junguia- na e raízes culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018. p. 68-87.

CARIBÉ, T. Caminhos de volta: o retorno consciente às ori- gens. In: OLIVEIRA, H. (Org.). Desvelando a alma brasileira: psicologia junguiana e raízes culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018. p. 28-59.

CARNEIRO, S. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspec- tiva de gênero. Portal Geledés, 6 mar. 2011. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/enegrecer-o-feminismo-situacao-da-mulher-negra-na-america-latina-partir-de-uma-perspectiva-de-genero/>. Acesso em: 14 set. 2020.

DUARTE, C. L. Feminismo: uma história a ser contada. In: HOLLANDA, H. B. (Ed.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo, 2019. p. 25-48.

GARCIA, C. C. Breve história do feminismo. São Paulo, SP: Claridade, 2015.

GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: HOLLANDA, H. B. (Ed.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo, 2019. p. 237-58.

____ . Por um feminismo afro-latino-americano. In: HOLLANDA, H. B. (Ed.). Pensamento feminista hoje: per- spectivas decoloniais. Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo, 2020. p. 38-51.

HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como práti- ca da liberdade. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2017.

____ . O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Rosa dos Tempos, 2019.HOLLANDA, H. B. Introdução. In: HOLLANDA, H. B. (Ed.). Interseccionalidades: pioneiras do feminismo negro brasileiro. Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo, 2019. p. 8-21.

____ . Agora somos todas decoloniais? In: HOLLAN- DA, H. B. (Ed.). In: Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro, RJ: Bazar do Tempo, 2020. p. 11-34.

LIMA, R. A. B. As vozes do feminismo e a psicologia analíti- ca. São Paulo, SP: Dobradura, 2019.

RAMOS, D. Cultural complex and the elaboration of trauma from slavery. São Paulo, SP: Pontíficia Universidade Católica de São Paulo, 2011. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2020.

RIBEIRO, D. Lugar de fala. São Paulo, SP: Pólen, 2019.

____ . Pequeno manual antirracista. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2019.

____ . Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2018.

ROWLAND, S. Jung: a feminist revision. Cambridge: Polity, 2002.

SAMUELS, A. New developments in the post-Jungian field. Junguiana, São Paulo, v. 26, p. 19-30, 2008.

SINGER, T.; KAPLINSKY, C. Cultural complexes in analysis. In: STEIN, M. Jungian psychoanalysis: Working in the spirit of C. G. Jung. Chicago, IL: Open Court, 2010. p. 22-37.

SINGER, T.; KIMBLES, S. L. The cultural complex: contempo- rary Jungian perspective on psyche and society. New York, NY: Routledge, 2004.

TANNEN, R. S. The female trickster: the mask that reveals. New York, NY: Routledge, 2007.

VERGÈS, F. Um feminismo decolonial. São Paulo, SP: Ubu, 2020.

Publicado

10-07-2020

Como Citar

Tancetti, B., & Esteves, J. H. (2020). O racismo como complexo cultural brasileiro: uma revisão a partir do feminismo decolonial. JUNGUIANA , 38(2), 63–76. Recuperado de https://junguiana.sbpa.org.br/revista/article/view/169

Edição

Seção

Artigos