Entre a ordem e a desordem: leitura do conto “O papel de parede amarelo” de Charlotte Perkins Gilman
Palavras-chave:
psicologia analítica, literatura, gênero, saúde mental, Charlotte Perkins GilmanResumo
O artigo parte de dois textos da escritora Charlotte Perkins Gilman, o conto O papel de parede amarelo, de 1892 e o depoimento Porque escrevi O papel de parede amarelo, de 1913. Neste, a autora relata sua experiência prévia e insatisfatória com um tratamento médico que inspirou a criação do conto. A escolha desta narrativa literária se fez, não somente por suas qualidades, como também pela intersecção com o tema da desigualdade de gênero na saúde mental e no tratamento dirigido à mulher, direcionado pela ideologia de gênero. A partir do contexto histórico, aponta-se o surgimento da psicologia profunda e de perspectivas psicológicas no tratamento das doenças mentais e a importância do desenvolvimento do pensamento junguiano em diálogo com outras áreas de conhecimento, como estudos sociais, feministas e literários. Afora o aspecto histórico e social, o artigo faz uma leitura psicológica do conto, ressaltando aspectos e temáticas conflitivas e símbolos alquímicos presentes nesta narrativa que, passados mais de um século, continua nos assombrando.
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